Eletroneuromiografia: quando e por que realizar esse exame?
Regiões possíveis (a depender do pedido médico e dos sintomas do paciente):
1) Eletroneuromiografia dos quatro membros.
2) Eletroneuromiografia dos membros superiores.
3) Eletroneuromiografia dos membros inferiores.
4) Eletroneuromiografia da face.
5) Testes de estimulação repetitiva.
6) Eletroneuromiografia de fibra única.
7) Eletroneuromiografia de segmentos especiais (bulbar e abdome) e complementares.
Durante minha residência em neurologia, percebi algo que me chamou muito a atenção: muitos pacientes precisavam repetir exames de eletroneuromiografia porque o resultado não era confiável ou estava incompleto. Isso sempre me incomodou, porque ninguém deveria passar duas vezes por um exame quando já seria possível obter as respostas na primeira.
Foi aí que nasceu meu interesse pela eletroneuromiografia. O meu objetivo, desde então, é realizar o exame da forma mais completa e cuidadosa possível, ajudando a definir o diagnóstico com clareza, sem que o paciente precise refazer o procedimento.
Como é feita a eletroneuromiografia?
O exame tem duas etapas principais:
Estudo de condução nervosa (os “choquinhos”)
Pequenos estímulos elétricos são aplicados na pele para avaliar a velocidade e a intensidade com que o nervo transmite o impulso.
Essa parte pode causar um leve incômodo, mas é geralmente bem tolerada.
Estudo com agulha (eletromiografia)
Uma agulha fina é inserida em determinados músculos para registrar a atividade elétrica enquanto o paciente está em repouso e contraindo a musculatura.
Essa etapa nem sempre é necessária. Em casos de suspeita de síndrome do túnel do carpo ou polineuropatia, por exemplo, muitas vezes apenas a parte dos choques já traz informações suficientes. Também é possível avaliar individualmente: se o paciente tem fobia de agulha e a indicação clínica não exige obrigatoriamente essa parte, podemos optar por não realizá-la.
Contraindicações e cuidados especiais
O exame é seguro, mas existem algumas situações em que precisamos ter atenção:
Uso de anticoagulantes: a parte da agulha deve ser avaliada com cautela, já que pode aumentar o risco de hematomas. Idealmente suspender o uso com 48h de antecedência. Essa suspensão deve ser feita com autorização do médico que acompanha o paciente.
Infecções ou feridas na pele: a agulha não deve ser introduzida em regiões com infecção ativa.
Dispositivos implantáveis (como marca-passo ou desfibrilador): em geral não contraindicam o exame, mas devem ser informados ao médico antes da realização.